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Sinte decreta fim da greve, mas professores não aceitam

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Agressões, troca de acusações e indefinição. A assembleia dos professores da rede estadual de Educação terminou em tumulto na manhã desta terça-feira, dia 15, e teve que ser suspensa. Com os ânimos exaltados, os servidores ficaram divididos: a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Piauí (Sinte/PI), Odeni Silva, decretou o fim da greve após 78 dias. Porém, um grupo de professores não concordou com a decisão, e afirmou que a paralisação continua nas escolas.

O tumulto aconteceu na Praça da Liberdade próximo ao Palácio de Karnak. Odeni Silva chegou a ser retirada do palanque por um grupo de professores. A sindicalista recebeu ameaças, socos no braço e teve quer ser escoltada. Cadeiras e ovos foram arremessados.

De acordo com o Sinte, foi lançada para a votação a proposta de suspender o movimento. Contudo, um grupo de professores não aceitou a sugestão. O Sinte orienta que todos os professores retornem para as salas de aula. Porém, os docentes questionaram o poder de decisão do sindicato e afirmaram que não retornam para as escolas.

A diretoria do sindicato informou que não existe uma nova data para realização de outra assembleia. “Não existe nenhuma possibilidade de discussão sobre o movimento”, informou a entidade através da assessoria de comunicação.

Os grevistas não aceitam a proposta do Governo do Estado, que ofereceu um reajuste de 22,22% parcelado até outubro deste ano. Os trabalhadores também reclamam da incorporação da regência ao vencimento. De acordo com a proposta do Governo, em maio o reajuste permaneceria nos atuais 8%, passando para 10% em junho, 12% em agosto e, enfim, chegando aos 22% em outubro. A categoria cobra o reajuste linear para todas as categorias em única parcela retroativa a janeiro.
O Governo do Estado anunciou ontem (14) o afastamento dos professores das salas de aula que estão em greve há 78 dias, em primeiro momento foi anunciado à demissão dos professores grevistas pelo governo caso os professores não retornassem às salas de aula. De acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc), 500 professores devem ser convocados caso a greve continue.

Para o professor Alisson Ferreira, essa ação do Governador Wilson Martins é mais uma ameaça para enfraquecer o movimento grevista. Todos os professores são concursados, com isso tem a garantia da estabilidade do emprego, não podemos ser demitidos. “A nossa greve não é ilegal, não vamos terminar com a greve se as nossas reivindicações não forem atendidas. Queremos o pagamento linear do piso salarial que teve aumento de 22%, retorno da regência e pagamento do retroativo dos meses de janeiro a abril”, diz o professor.

Segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica do Piauí (Sinte-PI), Odeni de Jesus, o governo deveria chamar os professores para negociar o fim da greve, mas o governador Wilson prefere fazer ameaça com o corte do salário ou com a nossa demissão, mas somos concursados, essa demissão não pode acontecer.

“A preocupação do governo é com o cumprimento do ano letivo”, afirma Eldina Rocha, diretora de Gestão e Inspeção Escolar da Secretaria de Estado de Educação. Para isso, foi iniciado ontem um levantamento por uma comissão técnica do Estado de quantos e quais são os professores que irão permanecer em greve. “Não temos mais como esperar, a decisão foi de afastamento dos professores, e não de demissão como foi divulgado. A legislação garante ao aluno o direito de ter aula, não podemos permitir atrasar mais ainda o ano letivo”, afirma a diretora. A nomeação dos professores vai ser de acordo com a lista de professores substitutos feita em 2009.

Carlienne Carpaso (Flash) e Josiel Martins
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