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Piauí

Piauí possui a segunda maior taxa de internações atribuíveis ao álcool do Brasil

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O Piauí ficou em segundo lugar no ranking nacional das internações atribuíveis ao álcool no ano de 2021. Foram registradas 7.690 internações, uma média de 233,8 hospitalizações para cada 100 mil habitantes, ficando acima da média nacional (157,7 internações/100 mil hab.). Os dados são comparativos entre 2010 e 2021 e fazem parte do Anuário Álcool e Saúde dos Brasileiros: Panorama2023, elaborado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA).

Dentre os principais agravos de internações atribuíveis ao álcool no Piauí, em 2021, estão: acidente de trânsito (36%); outras lesões não-intencionais (26%); queda (12%) e doenças respiratórias inferiores (4%). Desse total, 73% das vítimas são do sexo masculino e 27% feminino. Sendo a faixas etárias mais afetadas as que tem entre 35-54 anos (32%); 55+ anos (30%) e 18-34 anos (27%).

O Piauí aparece ainda em quarto lugar no ranking quando consideradas as mortes atribuíveis ao álcool, sendo a maior taxa no Nordeste. São 36,6 óbitos por 100 mil habitantes, totalizando 1.204 no ano de 2021. O índice nacional é 32,4 mortes relacionadas ao álcool por 100 mil habitantes. Das vítimas, 80% são do sexo masculino e 20% feminino, distribuídos principalmente nas faixas etárias de 55+ anos (44%); 35-54 anos (33%) e 18-34 anos (20%).

No âmbito nacional, a análise indicou que as mortes e internações por uso de álcool caíram na população e entre os homens, mas aumentaram entre as mulheres, comparando as taxas por 100 mil entre 2010 e 2021.

A notícia é positiva e os dados apontam para uma queda das mortes (- 4,8%) e das internações (-8,8%) atribuíveis ao álcool, quando comparadas as taxas por 100 mil habitantes entre 2010 e 2021. Entre os homens, a diminuição é ainda maior, de -8% e -13%, respectivamente. No entanto, a exceção fica por conta das mulheres, parcela da população que registrou crescimento tanto dos óbitos (+7,5%), como das hospitalizações (+5%).

Em relação aos dados de 2021, após o pico de mortes totalmente atribuíveis ao álcool em 10 anos observado no primeiro ano da pandemia, o levantamento do CISA mostrou uma queda de 2,3% (de 8.738 em 2020 para 8.539 em 2021). No total, o álcool esteve associado a 69.054 mortes em 2021 (76,4% homem x 23,6% mulher).

As internações relacionadas ao consumo de álcool aumentaram 2,5%, em comparação com 2020, fechando 2021 com o total de 336.407 hospitalizações (71% homem x 29% mulher). Para comparação, as hospitalizações por todas as causas no país cresceram 6,5%, no mesmo período.

“O aumento do consumo de álcool por mulheres desperta a atenção de profissionais de saúde mundialmente e a preocupação ganha maior relevância quando os dados indicam impactos cada vez mais significativos na vida de tantas mulheres, como no Brasil. Embora homens continuem sendo as maiores vítimas, é urgente a elaboração de medidas voltadas para a prevenção do uso nocivo de álcool pelas brasileiras”, destaca o psiquiatra Arthur Guerra.

Para a socióloga Mariana Thibes, é necessário aprofundar também outras questões essenciais, para encontrar espaços de diálogo. “Para avançarmos em políticas públicas, precisamos entender melhor por quais razões as mulheres estão bebendo de forma mais prejudicial e sensibilizá-las para esta conversa”.


*As informações são do ODIA

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