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Índice de Atividade Econômica do Banco Central cai 0,52% em fevereiro

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de fevereiro reforçou o cenário de fragilidade da recuperação econômica brasileira ao recuar 0,52% ante janeiro, de acordo com dados dessazonalizados, pressionado pelo fraco desempenho do setor industrial e do varejo no período.

Considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), o indicador divulgado nesta sexta-feira mostrou que a atividade reverteu parte da alta de 1,43% de janeiro sobre dezembro, dado revisado do avanço de 1,29% divulgado anteriormente.

Mas o resultado foi melhor do que as expectativas. A mediana das previsões de analistas ouvidos pela agência inglesa de notícias Reuters era de um recuo de 0,80% na atividade, com as projeções de queda variando de 0,50% a 1,10%.
A leitura alimenta ainda mais as preocupações com a dinâmica da atividade econômica brasileira. Depois de sinais de recuperação em janeiro, os dados seguintes passaram a decepcionar, complicando ainda mais a posição do Banco Central para definir os rumos da política monetária.

– O número gera desconfiança em relação ao ritmo de retomada da atividade econômica. Ela tende a ser mais forte, mas a dúvida é quanto. Não há uma trajetória consistente e perene de expansão – avaliou o economista do Espírito Santo Investment Bank Jankiel Santos.

Na comparação com fevereiro de 2012, o IBC-Br avançou 1,88% e acumula em 12 meses alta de 0,83%, de acordo com dados dessazonalizados.

Um dos pilares da economia, as vendas do setor varejista surpreenderam em fevereiro com queda de 0,4% ante janeiro e o primeiro recuo anual desde novembro de 2003, de 0,2%.

O resultado foi influenciado pela inflação, que acumulou em 12 meses até março alta de 6,59% pelo IPCA, estourando o teto da meta do governo.

Soma-se ao cenário a dificuldade da produção industrial em deslanchar, tendo registrado em fevereiro recuo de 2,5 %, no pior resultado mensal em pouco mais de quatro anos.

Analistas destacaram, entretanto, que os primeiros indícios são de melhora da produção industrial e do varejo em março, e o resultado do IBC-Br não levou a alterações nas projeções de crescimento econômico.

A LCA prevê que o IBC-Br de março mostrará crescimento de 1,75% na margem, com alta de 1,42% no primeiro trimestre ante o período anterior.

– Desempenho coerente com crescimento do PIB em torno de 1,5% na comparação trimestral – escreveram analistas da LCA em nota, estimando expansão de 3,5% do Produto Interno Bruto no ano.

Por sua vez Santos, do Espírito Santo Investment Bank , manteve a projeção de expansão de 0,9 por cento no primeiro trimestre deste ano ante o período anterior, com avanço de 3 por cento no ano.

Pesquisa da Reuters mostrou que a expectativa entre economistas é de que o Brasil deve crescer 3,1% em 2013, em linha com as projeções na pesquisa Focus do BC.

Juros

O mercado volta agora suas atenções para a reunião da semana que vem do Comitê de Política Monetária (Copom). Pesquisa da Reuters mostrou na quinta-feira que o ciclo de aperto monetário deve começar em maio, com manutenção da Selic em 7,25% na próxima quarta-feira. Mas no mercado futuro de juros as apostas indicam que a Selic será elevada já na próxima semana.

– De fato, os dados das vendas no varejo de fevereiro sugerem que a inflação já pode ter começado a afetar as vendas – escreveu em nota o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.

– Nós somos da opinião de que o ambiente de inflação alta e altamente disseminada poderia potencialmente afetar a recuperação. Assim, a melhor contribuição que o Banco Central pode dar para fortalecer a confiança nos negócios e apoiar a recuperação seria ancorar as expectativas inflacionárias e moderar a inflação – acrescentou Ramos.

Com Reuters – de São Paulo
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