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Representatividade e inspiração: a importância de novos ídolos no esporte nordestino

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O Brasil é um país carente de ídolos no esporte. Seja por falta de investimento público e privado ou até mesmo por um fator cultural, poucas são as modalidades que geram interesse massivo como o futebol em território tupiniquim. Nem sempre, mas muitas vezes a falta de representatividade nos grandes palcos esportivos é um elemento que também está diretamente ligado a esse fenômeno.

E a diferença parece ser ainda maior quando se fala do Nordeste, uma região rica em material humano e conhecida por ser um celeiro de grandes atletas, mas historicamente negligenciada por autoridades e promotores de eventos, que nunca souberam de fato explorar o potencial de seus ídolos para desenvolver uma cultura esportiva mais sólida.

Por isso, o talento e sucesso de cinco campeões da atualidade devem ser cada vez mais aproveitados para inspirar pessoas, atrair novos praticantes e gerar mudanças reais para que outros nomes possam surgir com mais frequência e o esporte crescer, além de tudo, como ferramenta de transformação.

Ana Marcela Cunha – Maratona aquática

A campeã olímpica da maratona aquática (10 km) em Tóquio-2020 é um dos ícones do esporte brasileiro e mundial. Nascida em Salvador, na Bahia, foi eleita a melhor nadadora de águas abertas do planeta em seis temporadas (2010, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019) e é considerada por especialistas uma das maiores atletas da modalidade em todos os tempos.

Seu vasto currículo ainda inclui 14 medalhas em Campeonatos Mundiais (sendo sete de ouro, duas de prata e cinco de bronze) e o título dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, entre provas de 5, 10 e 25 km. Acima de qualquer conquista, ela não se omite à importância de sua representatividade como uma mulher nordestina e lésbica, de modo a quebrar os preconceitos ainda existentes dentro e fora do universo esportivo.

Rogério Siqueira – Poker

Nem só das modalidades olímpicas vivem os atletas. Considerado no mundo todo um esporte da mente, o poker é um dos jogos que mais tem crescido e atraído novos adeptos no Nordeste e no Brasil como um todo.

Parte desse movimento tem a ver com o sucesso de jogadores como Rogério Siqueira, alagoano de Arapiraca bicampeão mundial e responsável por incentivar, direta ou indiretamente, pessoas a conhecerem melhor as regras e estratégias do esporte e começarem a praticá-lo. Paralelamente ao jogo de cartas, ele concilia a vida de empresário e presidente-executivo do ASA-AL, clube de futebol da sua cidade natal.

Rayssa Leal – Skate

Medalhista olímpica de prata aos 13 anos de idade, a “Fadinha do Skate” tão logo subiu ao pódio em Tóquio e já se tornava uma febre nas redes sociais. No Brasil, seu sucesso rapidamente contagiou outras meninas, que passaram a se inspirar nela e acreditar em seus próprios sonhos, sejam eles quais forem.

O que mais chama a atenção nisso tudo é a maturidade de uma adolescente em formação, que, além de todo o talento nas pistas, já reconhece seu papel de influenciadora para novas gerações de skatistas. Enquanto isso, segue brilhando pelo mundo e se consolidando cada vez mais como um dos grandes nomes do esporte brasileiro na atualidade.

Isaquias Queiroz – Canoagem

Primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos (duas pratas e um bronze no Rio-2016), o canoísta de Ubaitaba (BA) também brilhou na Olimpíada de Tóquio ao conquistar o tão esperado ouro. Tais façanhas o tornaram um dos únicos cinco atletas do país que subiram quatro vezes ou mais ao pódio do maior evento esportivo do mundo.

Para alcançar o topo, no entanto, precisou superar vários obstáculos ao longo da vida, como a morte do pai quando ainda tinha dois anos de idade, a perda de um rim após um acidente na infância e desentendimentos com a Confederação Brasileira de Canoagem. Apesar de tudo isso, o hoje campeão olímpico inspira remadores indígenas no Rio Negro, no Amazonas, que sonham em repetir seus feitos.

Sarah Menezes – Judô

Falar em representatividade feminina no esporte brasileiro é falar sobre a judoca de Teresina, no Piauí. Medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara-2011 e três vezes terceira colocada em Mundiais, Sarah Menezes fez história ao se tornar a primeira mulher campeã olímpica do país na modalidade, em Londres-2012.

Seu histórico e influência nos tatames a credenciaram para assumir o cargo de treinadora principal da Seleção Brasileira de judô em dezembro de 2021. Desde então, a equipe nacional conseguiu bons resultados, como as cinco medalhas no Grand Slam de Antalya, em abril, e o primeiro lugar geral no Pan das Américas e da Oceania, em julho, com 15 pódios ao todo.

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