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Política

Candidatura própria ou apoiar o PTB, quem tem a melhor estratégia?

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Nesses dias, o PT tem dominado as discussões sobre o processo eleitoral de Teresina. A divergência entre petistas é se o PT vai trabalhar uma candidatura própria, onde já apresentam nome como o da deputada Rejane Dias, ou se vai apoiar o PTB de Elmano Férrer, apresentando-se como vice na composição da chapa. Devo dizer que nessa corrida pré-eleitoral e da forma que vão sendo conduzidos os debates, só o PT está perdendo.

Sou militante do Partido dos Trabalhadores desde os anos 80, talvez a idade não seja aqui o determinante, mas a experiência de ter vivido outros processos eleitorais sim, e isso é o que eu queria compartilhar. Sou do tempo em que não se brigava por candidaturas, apresentar-se como candidato era questão de sobrevivência do Partido. Tanto, que fui candidato a prefeito em 1996 em Esperantina porque o Partido precisava eleger vereadores, pois a conjuntura não permitia alianças, assim sendo, chegamos ao consenso de marcharmos com candidatura própria para fortalecer o Partido e ter um palanque mais competitivo para o Legislativo.

Certamente os tempos mudaram, o Partido cresceu, governa o Brasil, governou o estado e o PT vem tentando adaptar-se às conjunturas que se apresentam. Contudo, quanto maior o Partido maior é a dificuldade de encontrar uma estratégia a ser adotada e de construir o consenso.

Nesse processo pré-eleitoral, a dificuldade de se chegar a um consenso é justamente por não se tratar mais de disputa ideológica, “mais pra esquerda ou mais pra direita”, mas por se tratar da luta pelo poder interno, acordos em separado e uma medição de força dentro do Partido desnecessária. Este é o momento em que o Partido precisa mostrar força para fora. Uma força capaz de convencer a sociedade de que tem a capacidade de administrar a Cidade, como administrou o Estado e vem administrando esse País.

Não bastassem as agressões, a decisão política de assumir cargos na Prefeitura Municipal veio antes mesmo que o Partido apresentasse o apoio formal ao PTB e acabou por se tornar um fator fortemente influenciável na condução do processo de decisão de muitos petistas. E, dessa forma, seja qual for o resultado aprovado no dia 25 de março até lá, o PT vai perdendo força no conjunto de outros partidos que também buscam a composição de vice na chapa com o PTB e perde tempo, que é fundamental para construção de um nome para candidatura própria.

E por falar em tempo, o tempo também é mais um adversário para o Partido, da forma que vem sendo tratado o processo pré-eleitoral. Com farpas sendo jogadas de uns contra outros, o tempo será curto demais para sararem as feridas e partirmos juntos para uma campanha do tamanho que Teresina merece e que o PT precisa fazer.

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Agora o que considero pior em tudo isso é que se todos os partidos atuam dentro de uma estratégia, enquanto o PT, que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto do teresinense segue se engalfinhando, o PTB procura construir outras possibilidades de apoios: faz mais agendas com o pré-candidato do PMDB, acena possibilidade de aliança com o PP e de quebra, com apenas três ou quatro cargos, conseguiu dividir o PT para, se for conveniente, tê-lo como vice, e se não o for, já o enfraqueceu ao ponto de não permitir uma candidatura que hoje se apresenta com maior apoio popular. Ainda preciso perguntar quem está adotando a melhor estratégia?

Especial para a RevistaAz
Com Albano Amorim – Jornalista e filiado ao PT

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