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Piauí

Aumenta para 15 o número de casos confirmados de varíola dos macacos no Piauí

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Dados disponibilizados no painel epidemiológico Monkeypox da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), mostram que o Piauí registrou 15 casos confirmados da varíola dos macacos até esta terça-feira (04.out).

Desses 15 casos, 14 são pacientes homens e uma mulher.

Conforme o painel epidemiológico, foram 148 notificações, sendo 54 suspeitos, 69 descartados e 2 prováveis.

Os casos confirmados são de Teresina (13), Batalha (1) e Parnaíba (1).

O que é a varíola dos macacos?

É uma zoonose viral: uma doença que foi transmitida aos humanos a partir de um vírus que circula entre animais. Antes do atual surto, ocorria principalmente na África Central e Ocidental, sobretudo em regiões perto de florestas, pois os hospedeiros são roedores e macacos.

É causada pelo vírus monkeypox, que pertence à mesma família (poxvírus) e gênero (ortopoxvírus) da varíola humana. A varíola humana, no entanto, foi erradicada do mundo em 1980, e era muito mais letal. A taxa de letalidade histórica da varíola dos macacos, antes do atual surto, era considerada na faixa de 3% a 6%. O primeiro caso foi detectado em humanos em 1970.

As complicações são mais comuns em pacientes com problemas no sistema imunológico. Quadros graves estão relacionados ao surgimento de pneumonia, sepse, encefalite (inflamação do cérebro) e infecção ocular, que pode até levar à cegueira.

Sintomas clássicos

Os sintomas mais clássicos associados à varíola dos macacos são:

  • febre,
  • dor de cabeça e dores no corpo,
  • dor nas costas,
  • calafrios,
  • cansaço,
  • feridas na pele (erupções cutâneas) e
  • gânglios inchados (que comumente precedem a erupção característica da doença)

Transmissão

A varíola dos macacos é transmitida, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) por meio de:

  • contato próximo com as lesões de pele,
  • por secreções respiratórias ou
  • objetos usados por uma pessoa que está infectada.

Prevenção

O uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.

Considerando que os dados iniciais mostraram que o maior número de casos notificados estava concentrados no grupo de homens que fazem sexo com outros homens, o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselhou que este público deve considerar a redução, neste momento, do número de parceiros sexuais para diminuir o risco de exposição.

Não há confirmação de transmissão via fluidos sexuais, como o sêmem. “Não é considerado uma infecção sexualmente transmissível (IST) até esse momento porque não foi provada essa transmissão por fluido sexual, explica Andrea Paula Bruno Von Zuben, professora de epidemiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Por outro lado, a própria OMS admitiu que a intimidade prolongada durante o sexo parece ser a condição principal que facilita a transmissão da varíola dos macacos durante o sexo.

Tratamento

A doença geralmente se resolve sozinha (é autolimitada) e os sintomas costumam durar de 2 a 4 semanas. Não há tratamentos específicos para infecções por vírus da varíola dos macacos, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

No entanto, o vírus da varíola dos macacos e o da varíola são geneticamente semelhantes, o que significa que medicamentos e vacinas para se proteger da varíola também podem ser usados ​​para prevenir e tratar a varíola dos macacos.

Vacina

A doença ainda não tem uma vacina específica, mas três vacinas contra a varíola humana podem ser usadas contra a varíola dos macacos. Dados iniciais apontam que o imunizante produzido pela Bavarian Nordic tem efetividade de 85% contra a varíola dos macacos.

Ainda não há vacina disponível no Brasil: o Ministério da Saúde informou que “articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) as tratativas para aquisição da vacina monkeypox”. A pasta também disse que a OMS “coordena junto ao fabricante, de forma global, ampliar o acesso ao imunizante nos países com casos confirmados da doença”.

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