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Política

As mil faces da política de Esperantina

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A crônica, por Kleber Oliveira

Daqui a 10, 20, 50 anos, dirão aos esperantinenses, lá atrás em 2014, a política local foi a mais conturbada da história do município. Esse texto é para quem era garotinho ou nem sequer havia nascido na época. Tomara que o encontrem na internet e tentem entender o que nenhum autor das mais renomadas novelas globais podia escrever tamanha reviravolta e um desfecho tão maluco quanto este.

A política local é simples, porem existe políticos que a complicam e decepcionam a moral dela. Já passou por Esperantina diversos prefeitos e vereadores, diversos cargos de confiança, como secretários e ‘aspones’ nesse sistema político do nosso município. O certo seria que todos fossem pessoas de bem, honestas, com intenções de melhorar a qualidade de vida de toda população, que realmente trabalhassem representando o povo que os elegeram, e de maneira responsável e competente administrassem a máquina popular. Só que não!

Nos últimos 10 anos, Esperantina vive as mais trágicas e malucas transformações políticas dos últimos tempos. O termo “cassação”, “captação ilícita e sufrágio”, “liminar”, “Embargo Declaratório” e “propina”, não sai mais da mente da população e nem dos textos jornalísticos. O que mais nos envergonha é estar em outra cidade e dizermos que somos de Esperantina. Eu particularmente digo com orgulho: sou esperantinense. Mas outras pessoas tem receio desta citação. Mas por quê? Oras! A resposta é simples “A tua cidade só vive de confusão com políticos. Tua cidade não tem sorte com prefeito. Tua cidade passa quase todos os dias na Tv. Tua cidade está sucateada.” Isso não deixa qualquer pessoa magoada, triste e chateada? Lógico, caro leitor.

O caso mais recente e é o termo central desta crônica, foi o rompimento do atual prefeito de Esperantina, o Tucano Lourival Bezerra e dos irmãos Peemedebistas Marllos Sampaio e Themistocles Filho. Quem diria que lá atrás, a expressão “a parceria que deu certo” se tornou hoje a mais ácida separação política da história do município.

Lourival Bezerra, para ser eleito, precisou logicamente da coligação, apoio das mais diversas classes sociais e outro apoio que foi fator determinante para seu sucesso eleitoral, a do Deputado Federal Marllos Sampaio. Marllos, eleito um dos mais bem votados deputados federas do Piauí, teve uma forte expressão de votos em Esperantina, foram mais de 4 mil. Mas para você entender o desenrolar do raciocínio, vou explicar de forma técnica e com números.

Lourival Bezerra (PSDB) foi eleito com (8.763 votos). A segunda colocada, Vilma Amorim (PT) teve (7.123 votos). A diferença entre os dois mais votados foi de (1640 votos). Bem expressivo, não!? Ou seja, se Marllos Sampaio tivesse seguido o candidato do seu partido, Castro Filho, que teve apenas 2.581 votos, Lourival teria perdido para a candidata do PT, Vilma Amorim, em “meios técnicos” por pouquíssimos votos. É com esse raciocínio que explico a importante função de Marllos Sampaio na vitória de Lourival Bezerra no pleito eleitoral de 2012.

Entretanto, a amizade política e a “parceria que deu certo”, que ganhou as manchetes dos jornais e redes socias, durou poucos meses. Marllos e Themistocles Filho que participaram de reuniões, solenidades de inaugurações da prefeitura entre outros, já não comungam mais desses efeitos. Hoje, não se sabe por que Lourival decidiu não apoiar mais o grupo dos Themistocles. Ele mesmo (Lourival) foi pro rádio e ao ser indagado sobre essa decisão, o prefeito preferiu não responder e disse que era algo muito particular e não seria legal se expressado no rádio. Recentemente, Bezerra declarou apoio à candidata Janaína Marques. Lourival Bezerra continua cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI) e está no poder devido um embargo de declaração que protelou a decisão do TRE, mas que será julgada em breve pelo Tribunal.

É importante destacar que nos últimos meses, Esperantina se tornou um canteiro de obras. Foram calçamentos, asfaltos, mercado público, ambulâncias, carros para o setor da saúde, dentre outras ações de emendas parlamentares destinadas ao município por Themistocles Filho e Marllos Sampaio.

Até então, Marllos e Themistocles não se posicionaram sobre a decisão do prefeito, até o dia 2 de agosto de 2014, data da primeira reunião política dos irmãos deputados, lançando suas candidaturas para o pleito eleitoral de 2014 em Esperantina. O ‘comício’, que reuniu diversas lideranças políticas da região dos cocais, foi marcado por discursos ácidos e flamejantes. O prefeito só não foi chamado de gente, mas, os mais diversos adjetivos-políticos negativos foram atribuídos ao tucano.

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Para Themistocles, em seu discurso, falou que nunca em sua trajetória política imaginaria que se aliasse a um político traidor. Em suas citações, Themistocles disse que Lourival foi à sua casa pedir dinheiro para realizar a micareta, que naquela época (2013), o prefeito disse que a prefeitura não tinha dinheiro para organizar o tal evento. Themistocles disse que destinou uma quantia significativa para o prefeito realizar a micareta. Themistocles disse que preferia ter uma oposição como o PT, do que ter um aliado sem confiança. Sua palavras foram brandas, que se limitaram à ingrato e não confiável.

Já Marllos Sampaio, foi mais perspicaz e objetivo em seu discurso. No momento, emocionado, pediu perdão à sua família, seus amigos políticos e os demais por ter somado forças com o tucano naquela época. Marllos disse que Lourival sempre foi mal assessorado, foi ingrato com sua família, infantil em suas ações e que os traiu da pior forma política possível. “A única coisa que pude fazer para o prefeito foi pedir votos para elegê-lo, é isso que sei fazer numa eleição, não posso tenho poder de pedir votos para desembargadores ou juízes”, declarou Marllos.

Talvez o comício fosse um dos mais tensos dos últimos tempos.

Hoje, é o que se fala na cidade. É que se falará nos próximos anos.

E os destinos de Esperantina? Meu amigo, minha amiga, sempre vai continuar assim, sendo mal falada no Piauí, pela ação dos maus gestores e demais danações provocas por eles.

E termino este texto dizendo: A maldição do ciganinho ainda reinará por décadas em Esperantina. Custe o que custar.

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