Detran-PI investiga servidores por cobrança de propina para facilitar CNH

O diretor geral do Departamento de Trânsito do Piauí (Detran-PI), Arão Lobão, prometeu agir com rigor na apuração de denúncias contra instrutores de autoescolas e servidores do órgão que estariam cobrando propina para aprovar pessoas em teste para obter a carteira de habilitação. Segundo candidatos, funcionários estariam facilitando a aprovação de pessoas em testes para obtenção de carteiras de habilitação.

“Estamos providenciando métodos para coibir esta ação. Já estamos com um projeto de modernização do órgão para assegurar a transparência desses exames. Instalamos câmeras em todo o percurso, justamente para conferir a regularidade do teste”, explicou o diretor.

Arão Lobão confirmou enviar uma cópia da denúncia para a Delegacia de Polícia do Detran e esta deve instaurar um inquérito. Caso confirmada a participação de funcionários de autoescolas, o diretor assegura que eles podem sofrer processo.

“O instrutor pode sofrer descredenciamento e punição na justiça. Depois de instaurado inquérito policial, será encaminhado ao Ministério Público Estadual”, completou.

Entenda o caso

De acordo com uma pessoa que preferiu não se identificar, os avaliadores que deveriam fiscalizar estão cobrando para não punir os infratores.

“Um instrutor me perguntou se eu não teria interesse de facilitar minha habilitação e eu perguntei como que ele poderia facilitar e ele disse que tinha uns colegas no Detran que são os avaliadores , e por um certo valor que ele até usou o termo ‘lanche’. Eu pagaria um lanche para os fiscais e eles me aprovavam no teste”, denunciou.

Não foi um caso isolado. Outros candidatos denunciaram a existência de um suposto esquema de propina compostos pelos instrutores e avaliadores. Um dos candidatos não aceitou pagar a propina e inconformado com a reprovação que achou injusta pediu para ver as imagens do sistema de câmeras que monitora as provas práticas de baliza e percurso e foi informado que as imagens tinham sido apagadas. O caso foi parar na Defensoria Pública.

Fonte: G1